sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Escolas de samba do Rio superam tragédia

A menos de um mês do Carnaval, Fogo destruiu 7.800 fantasias.

Por Nelza Oliveira para Infosurhoy.com—17/02/2011


       Passista participa do ensaio da São Clemente em 12 de fevereiro no Sambódromo do Rio. (Renzo Gostoli/Austral Foto para Infosurhoy.com)
Passista participa do ensaio da São Clemente em 12 de fevereiro no Sambódromo do Rio. (Renzo Gostoli/Austral Foto para Infosurhoy.com)
RIO DE JANEIRO, Brasil – “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.”
O refrão do famoso samba “Volta por Cima”, repetido por brasileiros de diferentes gerações quando o assunto é superação, resume o espírito de Portela, Grande Rio e União da Ilha – as três escolas de samba do Rio de Janeiro que tiveram seus barracões destruídos num incêndio em 7 de fevereiro.
Conhecido como um dos mais belos espetáculos do mundo, o desfile de carnaval do Rio é preparado durante todo o ano pelos moradores das comunidades de origem das escolas de samba, agremiações que nasceram na década de 20 entre as camadas mais pobres da população dos morros e subúrbios.
A menos de um mês dos desfiles – marcados para 6 e 7 de março – o fogo provocou destruição e tristeza.
Mas os trabalhos de preparação – e superação – para a maior festa popular do Rio recomeçaram já no dia seguinte, em 8 de fevereiro.
“Vai dar tudo certo no final”, disse Elisângela Oliveira, 29 anos, três dias depois do incêndio, enquanto trabalhava na confecção das novas fantasias da Portela numa área improvisada da praça central da Cidade do Samba. “A Portela e a comunidade são guerreiras. Não deixam a peteca cair.”

       A porta-bandeira da União da Ilha espera sua vez de entrar na avenida durante o ensaio da escola em 12 de fevereiro. (Renzo Gostoli/Austral Foto para Infosurhoy.com)
A porta-bandeira da União da Ilha espera sua vez de entrar na avenida durante o ensaio da escola em 12 de fevereiro. (Renzo Gostoli/Austral Foto para Infosurhoy.com)
“A gente fica um pouco abatida, mas tem que dar um jeito”, completa Rosangela da Silva, 46, também da Portela.
Tradicional escola do subúrbio de Oswaldo Cruz, a Portela se preparava para homenagear os 100 anos do Porto do Rio.
A Cidade do Samba, onde ficavam os barracões que pegaram fogo, é uma área de quase 100 mil m2, inaugurada em 2006 pela Prefeitura do Rio para concentrar as unidades de produção das escolas do Grupo Especial, que reúne as 12 melhores.
Não houve vítimas, mas o fogo consumiu 2.500 fantasias da União da Ilha, 3.000 da Grande Rio e 2.300 da Portela.

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